sábado, 1 de janeiro de 2022

Lisboa, o novo destino para nómadas digitais

A capital está à beira de se tornar o "Silicon Valley do Rio Tejo", escreve a "Lonely Planet".



Muitas pessoas passam parte do seu tempo a sonhar com uma experiência diferente de vida: quem sabe um emprego entusiasmante num local exótico, ou simplesmente a coragem para largar tudo e tornar-se num nómada digital, conceito tão em voga que define aqueles que trabalham à distância sem pouso, sem grandes amarras, enquanto, idealmente, exploram o mundo.

Mas e se, para estes nómadas digitais — e todos os outros — a grande Meca estivesse mesmo aqui, em Lisboa? É o que parece achar a “Lonely Planet”, uma das mais prestigiadas revistas de viagens do mundo que criou, esta semana, um guia para nómadas digitais dedicado à cidade que diz ser ideal e perfeita para os acolher: a nossa capital.

No artigo, a publicação explica que Lisboa está à beira de se tornar o “Silicon Valley do Rio Tejo”, em referência à zona na parte sul da região da Baía de São Francisco, na Califórnia, que abriga centenas de start-ups e empresas globais de tecnologia — até porque a Google deverá abrir, por cá, uma unidade.

Mas não é só por isso que um nómada digital deveria escolher a capital portuguesa, adianta. Na verdade, ela atrai tanto aqueles que vêm para trabalhar como os que a procuram se divertir, não faltando lugares perfeitos “e acessíveis para comer, beber e festejar, quando estiver com vontade”.

Segundo a revista, o hype crescente de Lisboa como ponto de paragem dos freelancers internacionais tem a ver com o facto de, apesar de este ser por excelência um mundo de independência individual, aqui se praticar um sentido de comunidade.

E dá um exemplo: o grupo Lisbon Digital Nomads, apenas uma de várias comunidades com bastante expressão — esta, no Facebook tem cerca de 19.000 membros — que dão dicas de alojamentos e comida, empregos e saídas, organizam encontros para fazer networking, socializar, comer e simplesmente relaxar com uma cerveja ou um copo de ginjinha.

Claro que, com a pandemia as viagens diminuíram e os nómadas digitais também mas, neste e noutros grupos é possível encontrar pessoas de todo o mundo, em publicações recentes, a pedir dicas de emprego, espaços de coworking, casas para alugar.

Voltando ao artigo da “Lonely Planet”, ele destaca ainda o estilo de vida lembrando que, “apesar das suas aspirações tecnológicas, Lisboa é uma das capitais europeias mais amigas do homem, espalhando-se num emaranhado de ruas de paralelepípedo ao longo de sete colinas históricas e pontilhada pela grandiosa arquitectura pombalina”.

Além disso, frisa, “leis de consumo descontraído significam que as ruas secundárias ganham vida ao anoitecer e enchem-se de atividade até as primeiras horas da manhã, e de dia, cafés com wi-fi servem deliciosas chávenas de bica (café expresso) para lisboetas em movimento”.

A revista sugere ainda no seu guia fatores mais práticos, como os melhores espaços de coworking, tal como o Heden na Graça ou o Workhub Lisboa no Poço do Bispo; e para dormir, lembra que apesar de serem muitos os hotéis e pensões, a maioria dos nómadas digitais opta por apartamentos e quartos alugados ou acomodações de co-living, muitas das quais que estão convenientemente anexadas a muitos dos espaços de coworking da cidade.

Restaurantes, bares, zonas de diversão como o Cais do Sodré ou Bairro Alto, festas como o Santo António são ainda sugeridas, com os olhos postos no pós-pandemia claro; sem esquecer que por perto há surf, sol, praias e mar, tudo acessível por meios de transporte; ou o Parque de Monsanto para respirar e passear.

Finalmente e em resumo, o guia destaca como pontos de negativos de escolher Lisboa para viver e trabalhar à distância o espírito de comunidade; as oportunidades de tecnologia; a comida barata e saborosa; o clima e a alta qualidade de vida. Como pontos negativos, aponta a paz (ou falta dela) à noite, a variedade, os preços dos alojamentos e os voos acessíveis para outros países, algo muito importante para um nómada digital.

Fonte;NIT / 
texto
Patrícia Naves

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