sexta-feira, 17 de junho de 2011

Inovação está na ideia mais inusitada




Surpreender para não ser atropelado pelo mercado - esse foi o tema central da palestra "Criando uma Cultura da Inovação" de Tom Kelley, presidente da IDEO Global Design e um dos consultores mais requisitados por empresas no mundo. O norte-americano falou a um público de empresários e profissionais de TI em São Paulo durante a 21º edição do Ciab Febraban 2011 (Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras), o maior evento de TI na América Latina.

"Trago boas notícias", iniciou Kelley, apresentando uma retórica digna de palestrantes motivacionais. "Vocês têm as ferramentas e habilidades nas empresas para sobreviver ao século 21", contou, para logo depois mostrar o outro lado da história. "A má notícia é que não é suficiente: os competidores globais estão ficando realmente bons no que fazem", completa.
O ponto do norte-americano é que não se pode ficar parado, mas assumir uma posição aberta à criatividade. "Se você não está mudando, sua organização está em risco", diz, lembrando que é preciso levar em conta se um projeto ou ideia a ser apresentada são comerciáveis. A essência, segundo Kelley, está em focar nas necessidades das pessoas e, a partir daí, escolher a tecnologia que possa preencher a lacuna e agregar valor.

A inspiração para toda a criatividade está na parcela não necessariamente mais "segura" do consumidor, segundo o executivo, mas no mundo dos "weirdos", ou seja, pessoas fora do padrão médio. Isso significa prestar mais atenção no indivíduo em vez do coletivo. "Pense como quem está viajando: quando você vai a outros países, seu cérebro entra em alerta, você presta mais atenção em 'humanos' o tempo todo para entender o contexto", afirma Tim Kelley.
Tudo isso também pode ser aproveitado através do compartilhamento de ideias, buscando as melhores inspirações em soluções simples, mas não copiando. Outro ponto fundamental para Kelley é de que uma só pessoa não pode ter todas as respostas, então pode ser muito mais fácil procurar soluções no ambiente externo do que tentar solucioná-las a partir do zero internamente. A teoria se aplica no aprendizado, tornando as mentes jovens e "frescas" como "mentor reverso", já que os mais novos possuem ideias mais abertas e sem tantos vícios.

Para o norte-americano, o pensamento "out of the box", aliando uma boa história com simplicidade, é o caminho para inovação. "É preciso ser simples e abrir a mente: você sabe demais sobre sua empresa, inclusive os detalhes e as exceções", afirma. "Eu não estou pretendendo entender mais das nuances dos negócios no Brasil", diz, contando que quer apenas indicar um caminho. É o desafio que os atendentes da palestra levaram para seus negócios.


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